domingo, 31 de maio de 2009

Estimado cão

Meu cachorro é vira lata, daqueles bem maloqueiros, mas ele não rouba comida nem mexe no lixo dos outros. Ele é meio independente, não gosta de ficar preso. Toda a vizinhança o conhece e sabe que ele tem dono, então ele anda pela rua tranquilamente, e não chateia ninguém. Ele é dócil e companheiro, não gosta de ficar sozinho. Uma vez saímos de casa e a noite estava muito fria pra deixá-lo na rua, mas, o Negão, não gostou muito da ideia e teve um surto psicológico que o levou a arrancar a cortina e desmanchar a capa do sofá. Meio velhinho e preguiçoso ele é da paz, não costuma se meter em brigas alheias e quando é com ele o coitadinho sempre apanha. Reconhece-nos de longe e adora quando estamos todos em casa ainda mais quando brincamos com ele. Com certa idade, meu cachorro não tem mais o mesmo pique, quando brincamos, após três voltas no pátio acabou-se o cão. Ao contrário de muitos outros cães que ficam encerrados dentro do quintal, ele anda livremente por onde quer, nos segue depois que saímos e se demoramos na vizinha ele pega o nosso chinelo e leva pra casa de volta como quem diz: Anda, cansei de ficar aqui! Sim, porque ele vai junto e fica esperando.
Muitos dizem que o cachorro não é dos mais bonitos. Na minha concepção ele é lindo! Além de não ser daqueles chatos que latem por nada, ele tem uma necessidade de estar perto de alguém, estar junto, sempre de companhia. O cão não é dos mais limpinhos, mas é de se entender, não é mesmo? Ele passa maior parte do tempo na rua e tem um "pelinho" danado de manter limpo. Já passou maus bocados este meu cão. Já viu a luz bem de pertinho quando esteve doente. Minha mãe foi quem o trouxe de volta, e graças a ela ele ainda vive. No inverno é a época em que mais sinto pena dele, é muito frio pra ficar na rua, mas o danado não consegue ficar muito tempo dentro de casa, na primeira oportunidade ele escapa. Educado o ser! Não faz as necessidades no meio do caminho e assim que ganha um osso desse as escadas e só começa a roer na casinha dele, sem falar na auto estima ou auto confiança que possui, os outros cachorros roubam a comida dele, simplesmente, a comem sem que ele se zangue. Talvez seja porque tem um bom coração! Dia desses o cachorro da vizinha, que não costuma sair pra rua, na primeira oportunidade que teve correu até o fundo do pátio da minha casa e levou o pote de comida do meu cão, minha mãe teve que buscá-lo lá do outro lado da rua.
Meu cachorro não é de raça. Ele é meio medonho às vezes e livre, mas ele sabe seus limites. Sabe também que aqui em casa ele é amado e estimado, talvez como nunca fora antes, mas ele merece.

sábado, 30 de maio de 2009

Verdadeiros Guerreiros

Tempos atrás li uma crônica da Martha Medeiros, no livro Doidas e Santas, onde ela fazia uma crítica ao programa Big Brother. O motivo da aparente indignação da autora era o fato de os participantes do reality show serem considerados heróis e muitas vezes guerreiros. No momento em que li as palavras da maneira em que foram colocadas no texto concordei, mas apenas isso, virei à página e segui o livro. Hoje me veio à mente um assunto que fazia parte do contexto da crônica: as verdadeiras pessoas guerreiras, dignas desta expressão.
Todo mundo sabe que a situação do mundo inteiro vai de mal a pior, por todos os lados só há tragédias e desgraças, porém, há quem siga com esperanças, quem ainda faz alguma coisa para melhorar, o mínimo que seja, toda esta bagunça. Pessoas que valorizam a vida, que ainda se comovem com alguma coisa, gente que faz o bem. No meu ponto de vista, Guerreiro é aquele que ultrapassa as barreiras do medo, que busca vencer, que não desiste no primeiro tropeço, que abre a mão e o coração para auxiliar alguém, que mesmo com medo entra em uma disputa sem ver o fim mais mesmo assim entra com força de vontade. Pessoas com estas qualificações existem, estão em extinção, mas ainda existem.
Ninguém disse que a vida é fácil e para ajudar as coisas parecem cair por terra às vezes tornando tudo mais difícil, mas coragem pode ser mais importante que força. Melodramático? Não. Hoje vivi uma situação, que não cabe contar aqui, mas foi o que fez eu me dar conta de que Guerreiros de verdade não são aqueles que vencem uma batalha, mas sim aqueles que matam um leão por dia, como se diz, para sobreviverem ou, simplesmente, voltarem a viver. Parece pleonasmo, mas pense um pouquinho e verá que não é. Hoje identifiquei os vários Guerreiros que conheço, posso enumerá-los, mas eles realmente existem.

sábado, 16 de maio de 2009

Um novo dia amanhã

Agente se acostuma com a correria do dia-a-dia, faz tudo como deve ser feito, como um robozinho, até nos depararmos com obstáculos que antes não existiam. Só então nos damos conta da aceleração constante que vivemos. Aqueles que sabem tirar proveito do que vivem e aprendem com a vida, consequentemente, se sairão melhor por já terem passado por outros obstáculos antes, e sabem como vencê-los. Quando somos forçados a uma desaceleração brusca sentimos um impacto como se tudo estivesse desmoronando, no entanto talvez seja apenas um sinal para que passemos a prestar mais atenção nas coisas ao nosso redor, e não apenas na caminhada rotineira que fazemos.
A partir do momento que estamos acostumados a um movimento retilíneo uniforme qualquer desvio parecerá um abismo. Sem falar naqueles que sofrem o movimento retardado, esses devem cuidar pra não chegarem atrasados na linha de chegada. Após este momento de redução e reflexão sobre os movimentos diários vem a adaptação de uma nova linha de percurso onde, calmamente, é iniciada depois do pit stop.
Sofremos diversas mudanças na vida e no modo de viver a cada dia, porém nunca paramos. Ao recomeçar uma caminhada refletimos sobre a anterior e programamos um novo trajeto onde, normalmente, procuramos não cometer os mesmos erros e sermos ainda melhores. Um novo começo, com um novo fôlego e novas metas. Nada melhor para se reerguer e novamente voltar à vida. Depois da tempestade sempre vem a bonança, não é mesmo? Um novo dia a cada dia é o que deveríamos viver, ou seja: 24 horas consecutivas completamente diferentes para que nesta longa estrada a percorrer não sejamos apreçados para vencer. Saibamos esperar. Se realmente quisermos nada há de abalar nossos planos, é só crêr.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Musicalidade cotidiana

É claro que somos as mesmas pessoas.
Mas pare e perceba como seu dia-a-dia mudou.
Mudaram os horários, hábitos, lugares.
Inclusive as pessoas ao redor.
São outros rostos, outras vozes.
Interagindo e modificando você.
E aí surgem novos valores.
Vindos de outras vontades.
Alguns caindo por terra.
Pra outros poderem crescer.
Caem 1, 2, 3, caem 4.
A terra girando não, se pode parar.
Outras situações em outras circunstâncias.
Entre uma e outras vezes vivem os mesmos defeitos.
Todas aquelas marcas do jeito de cada um.
Alguns ainda caem por terra.
Pra outros poderem crescer.
Outro ciclo em diferentes fases.
Vivendo de outra forma.
Com outros interesses, outras ambições.
Mais fortes, somadas com as anteriores.
Mudança de prioridades.
Mudança de direção.
Alguns ainda caem por terra.
Pra outros poderem crescer.