terça-feira, 30 de junho de 2009

Hit’scências

“Eu não tenho nada pra dizer, também não tenha mais o que fazer”. Nada pra criticar ou reivindicar desta vez, mas daí estive pensando nas músicas que me veem a cabeça algumas vezes por dia. Uma simples palavra que desenvolve toda uma melodia e produção musical na minha mente e, muitas vezes, me leva pra longe de onde eu estou. Esses dias aconteceu com o meu pai: ele saiu do curso e foi indo em direção ao carro cantarolando uma música lá, que diz ele que nem lembrava que sabia cantá-la. Ao chegar no carro se ajeitou e arrancou, no caminho ligou o rádio e estava tocando justamente a música que ele tava cantando minutos antes. E não era um hit do momento, diz ele que era uma música antiguinha já. Fiquei pensando no assunto e contei-lhe algumas vezes que já aconteceu isso comigo. Depois disso cheguei a conclusão de que na vida agente faz nossas trilhas sonoras, porque todo momento que lembramos de alguém, que ouvimos uma canção ou que ouvimos uma palavra que seja, a nossa mente se encarrega de transformar tudo em música. Pode não ser exatamente assim, mas muita coisa do dia-a-dia vira letra, com certeza eu não sou a única que faz tudo virar música, ou talvez sim! Minha imaginação é fértil mesmo, “mas não são só memórias”, ”todo mundo que ouve diz”, “as portas se abrem e aumenta o poder da visão”, e tudo isso porque “as flores de plástico não morrem”.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Que país é este?

Eu sou estudante de jornalismo, com muito orgulho, e faço parte daquele grupo de estagiários, estudantes e profissionais que na última semana ficaram a ver navios após a decisão do Supremo Tribunal Federal de não caracterizar o Jornalismo como uma profissão que merece ter um diploma. A minha indignação é tanta que nem caberia aqui nestas linhas, deixaria postado um desabafo que para muitos iria parecer maçante, entretanto vim expressar um pouco da minha revolta com esta decisão:
Ouvi várias comparações de que o Jornalismo não é como a Medicina, por exemplo, que não precisa ser estudado tão profundamente, que qualquer um pode exercer e blábláblá... Pois é aí que as pessoas se enganam! Eu estudo cerca de dois anos para daqui a muitos outros conseguir me formar e aí sim saber tudo, “de cabo a rabo” sobre a minha profissão, e ainda tem muita gente que já estudou quase dez anos para ter um diploma de Jornalista, pessoas que são dignas de merecerem este nome, pois são realmente transmissoras de informação, conhecedoras em Comunicação. Não estou comparando a Medicina com o Jornalismo, como já vi por aí, estou apenas frisando que quando alguém se dedica para alguma coisa ela se dedica de corpo e alma, de coração, e vai fundo no que quer. Eu nunca precisei decorar fórmulas, fazer cálculos ou mexer em corpos em decomposição nestes dois anos de faculdade, mas ninguém pode me dizer que eu sou menos inteligente, ou menos capaz, ou menos merecedora de um diploma por causa disso.
Sou apenas uma estudante, ainda no início de uma vida acadêmica que foi jogada um balde de água fria por cima. Falo por mim, mas conheço gente que já tem e que é mais merecedora de um diploma que um juiz de meia tigela. É revoltante ver a ironia estampada nos rostos daqueles oito ministros que simplesmente colocaram cerca de 80 mil diplomas na lixeira. Tudo bem, não nos abalemos colegas, ainda podemos chegar a presidentes da República, e por que não?

*Jornalistas, estudantes e representantes da sociedade civil promovem nesta quarta-feira, 24 de junho, ao meio-dia, protesto contra a extinção do diploma de Jornalistas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ocorrerá na Esquina Democrática no Centro de Porto Alegre.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Diploma em jornalismo: uma exigência que interessa à sociedade

"O principal argumento, entre os tantos que se pode levantar para a exigência do diploma de curso de graduação de nível superior para o exercício profissional do jornalismo, é o de que a sociedade precisa, tem direito à informação de qualidade, ética, democrática. Informação esta que depende, também, de uma prática profissional igualmente qualificada e baseada em preceitos éticos e democráticos. E uma das formas de se preparar, de se formar jornalistas capazes a desenvolver tal prática é através de um curso superior de graduação em jornalismo.
Por isso, de todos os argumentos contrários a esta exigência, o que culpa a regulamentação profissional e o diploma em jornalismo pela falta de liberdade de expressão na mídia talvez seja o mais ingênuo, o mais equivocado e, dependendo de quem o levante, talvez seja o mais distorcido, neste caso propositalmente.
Qualquer pessoa que conheça a profissão sabe que qualquer cidadão pode se expressar por qualquer mídia, a qualquer momento, desde que ouvido. Quem impede as fontes de se manifestar não é nem a exigência do diploma nem a regulamentação, porque é da essência do jornalismo ouvir infinitos setores sociais, de qualquer campo de conhecimento, pensamento e ação, mediante critérios como relevância social, interesse público e outros. Os limites são impostos, na maior parte das vezes, por quem restringe a expressão das fontes –seja pelo volume de informações disponível, seja por horário, tamanho, edição (afinal, não cabe tudo), ou por interesses ideológicos, mercadológicos e similares. O problema está, no caso, mais na própria lógica temporal do jornalismo e nos projetos político-editoriais.
Nunca é demais repetir, também, que qualquer pessoa pode expor seu conhecimento sobre a área em que é especializada. Por isso, existem tantos artigos, na mídia, assinados por médicos, advogados, engenheiros, sociólogos, historiadores. E há tanto debate sobre os problemas de tais áreas. Além disso, nos longínquos recantos do país existe a figura do provisionado, até que surjam escolas próximas. Deve-se destacar, no entanto, que o número de escolas cobre, hoje, quase todo o território nacional.
Diante disso, é de se perguntar como e por que confundir o cerceamento à liberdade de expressão e a censura com o direito de os jornalistas terem uma regulamentação profissional que exija o mínimo de qualificação? Por que favorecer o poder desmedido dos proprietários das empresas de comunicação, os maiores beneficiários da não-exigência do diploma, os quais, a partir dela, transformam-se em donos absolutos e algozes das consciências dos jornalistas e, por conseqüência, das consciências de todos os cidadãos?
A defesa da regulamentação profissional e do surgimento de escolas qualificadas remonta ao primeiro congresso dos jornalistas, em 1918, e teve três marcos iniciais no século 20: a primeira regulamentação, em 1938; a fundação da Faculdade Cásper Líbero, em 1947 (primeiro curso de jornalismo do Brasil); e o reconhecimento jurídico da necessidade de formação superior, em 1969, aperfeiçoado pela legislação de 79. Foi o século (especialmente na segunda metade) que também reconheceu no jornalismo –seja no Brasil, nos Estados Unidos, em países europeus e muitos outros- um ethos profissional. Ou seja, validou socialmente um modo de ser profissional, que tenta afastar a picaretagem e o amadorismo e vincular a atividade ao interesse público e plural, fazendo do jornalista uma pessoa que dedica sua vida a tal tarefa – e não como um bico.
Com tal perspectiva, evoluíram e se consolidaram princípios teóricos, técnicos, éticos e estéticos profissionais, disseminados por diferentes suportes tecnológicos, como televisão, rádio, jornal, revista, internet. E em diferenciadas funções, do pauteiro ao repórter, do editor ao planejador gráfico, do assessor de imprensa ao fotojornalista. Para isso, exige-se profissionais multimídia que se relacionem com outras áreas e com a realidade a partir da especificidade profissional; que façam coberturas da Ciência à Economia, da Política aos Esportes, da Cultura à Saúde, da Educação às questões agrárias com qualificação ética e estética, incluindo concepção teórica e instrumental técnico a partir de sua área. Tais tarefas incluem responsabilidade social, escolhas morais profissionais e domínio da linguagem especializada, da simples notícia à grande reportagem.
A informação jornalística é um elemento estratégico das sociedades contemporâneas. Por isso é que o Programa de Qualidade de Ensino da Federação Nacional dos Jornalistas - debatido, aperfeiçoado e apoiado pelas principais entidades da área acadêmica (como Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação; Abecom - Associação Brasileira de Escolas de Comunicação; Enecos-Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação; Compós - Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação; e Fórum de Professores de Jornalismo)– defende a formação tanto teórica e cultural quanto técnica e ética. Tal formação deve se expressar seja num programa de TV de grande audiência ou numa TV comunitária, num jornal diário de grande circulação ou num pequeno de bairro, num site na Internet ou num programa de rádio, na imagem fotojornalística ou no planejamento gráfico.
É por isso que, num Curso de Jornalismo, é possível tratar de aspectos essenciais às sociedades contemporâneas e com a complexidade tecnológica que os envolve, incluindo procedimentos éticos específicos adequados – do método lícito para obter informação à manipulação da imagem fotográfica, do sigilo da fonte ao conflito entre privacidade e interesse público, por exemplo. É na escola que há laboratórios de telejornalismo, radiojornalismo, fotojornalismo, planejamento gráfico, jornal, revista, webjornalismo e outros. A escola pode formar profissionais para atuar em jornalismo - e não para uma ou outra empresa. Pode formar profissionais capazes de atuar em quaisquer instituições, setores ou funções. É a formação que também permite o debate e novas experiências.
As escolas não são culpadas, certamente, pelo fato de algumas empresas reduzirem a atividade profissional a aspectos simples ou simplórios.
Por isso, mesmo onde a obrigatoriedade do diploma não existe, como em países europeus, cresce o número de escolas de jornalismo. É por isso que o Conselho Europeu de Deontologia (dever-ser) do Jornalismo, aprovado em 1993, estipulou, em seu artigo 31, que os jornalistas devem ter uma adequada formação profissional. E que surgem, a cada ano, em muitos países, documentos reforçando a necessidade de formação na área.
Além de tudo, há uma discussão bastante reducionista, uma espécie de a favor ou contra. Ora, diploma é uma palavra. Trata-se, no entanto, de palavra que exprime outras duas: formação profissional, atestada por um documento que deve valer seu nome. Há um lugar, chamado escola, que sistematiza conhecimentos e os vincula a outras áreas a partir da sua. A regulamentação e a formação são o resultado disso, que se manifesta em exigências como a do registro prévio para o exercício da profissão. Por isso, a regulamentação brasileira para o exercício do jornalismo é um avanço, não um retrocesso.
O pensar e o fazer jornalístico, resultados de um ethos profissional – essencial à identidade de categoria e de profissão e socialmente relevante- não pode voltar atrás. A Fenaj defende a formação profissional em cursos de jornalismo de graduação com quatro anos e, no mínimo, 2.700 horas-aula, como já apontavam as diretrizes curriculares aprovadas após inúmeros debates e congressos na área. A formação em Jornalismo, que deve ser constante e aprimorada durante toda a vida, é a base inicial para o exercício regulamentar da atividade. A tudo isso chamamos profissão Jornalismo. E não nos parece pouco."

Por: Beth Costa,
Presidente da Federação Nacional dos Jornalistas

quarta-feira, 17 de junho de 2009

sábado, 13 de junho de 2009

Família que toca unida permanece unida!

*Um vídeo amador, com músicos amadores, para um público amador!
Apresentando a música "Torturas de amor"...
No vocal e violão: meu pai > Nilton;
Na guitarra: considerado irmão > Filipe;
Na bateria: meu cunhado > Rafael;
No pandeiro: minha mãe > Rose.

Surpresaaaa!

Sabe aquela sensação que dá quando agente vê algo que nunca imaginou que pudesse acontecer de verdade? Caso tenha imaginado, jamais passou disso, nunca chegou perto de realmente acontecer! Uma coisa pra lá de especial - como diria o meu pai -, uma situação em que faltam palavras para se expressar. Chega a ser quase que um susto, e quando bem produzida e elaborada consegue fazer até com que o Tico e o Téco fiquem se batendo! Momento este em que a compreensão falha por alguns segundos, faz o indivíduo ficar boquiaberto, paralisado, extasiado, sem ar. Uma junção de adrenalina e alegria, na qual nos faz tirar os pés do chão e deixa o ego enaltecido por ter ganhado tamanho presente, sim porque enquanto for boa a SURPRESA será sempre um presente.

Fazia muito tempo que eu não era surpreendida com alguma coisa, mas nesta semana minha mãe foi cúmplice de um ato incrível de sobressalto para com a minha pessoa, o qual me deixou naquele estado que descrevi anteriormente, e até agora desconcertada.
Não, não vou revelar o motivo desta minha súbita inquietação excedente, mas deixo aqui a lembrança de que ser surpreendida é uma sensação deliciosa e que vale a pena nos deixarmos levar e relaxar para tal, pois, como descreve o dicionário: A surpresa é um prazer inesperado, portanto, como diria Marta Suplicy:
“Relaxe e goze”.

sábado, 6 de junho de 2009

Uma noite inesquecível!

Quinta-feira muito fria em Porto Alegre, os termômetros marcavam uns oito graus celsius. No Olímpico: Grêmio e Náutico. Na minha casa: Sopa de legumes. Na minha carteira: Só trocados e na cidade Baixa: "PORCOS" pra todos os lados. Lá, justamente lá foram parar cinco meninas de família, todas devidamente compromissadas, mas com uma certa vontade de fazer algo diferente.
Sim, eu era uma delas. Umas de tênis, outras de salto alto, plataforma e salto fino. Cada uma com um estilo, mas todas sem rumo. O leque de opções era bem variado, desde Chalaça até Café Segredo, Opinião, Pé Palito e KimiK, porém as cinco, que às vezes pareciam dez, não entravam em comum acordo. De fato ficamos pela Cidade Baixa, onde na primeira esquina chovia brigadianos e azulzinhos. Algo de muito grave tinha acontecido! Todos os carros paravam e o engarrafamento já tomava conta de todas as ruas, não tinha mais como sair dali. De um lado uns seis militares na calçada, do outro... Não tinha nada! Mas era contra mão. Enquanto esperávamos conversamos, rimos, falamos besteiras, lembramos de anos anteriores, nos divertimos, porém, seria melhor se pudéssemos descer do carro.
Em uma rua, em uma única rua paramos em duas blitz, nas quais só mostramos os documentos. Conseguimos dobrar a esquina para a outra quadra, e aí... Mais filas de carros e uma nova blitz. Desta vez não era uma blitz qualquer, tivemos que descer do carro e esperarmos a revista, na qual foi conferido desde o porta luvas até minha mochila e nossas botas por dentro. Eles estavam bem nervosos! Perguntamos o que tinha acontecido e o guarda nos disse que era uma região de muita droga e armas. Mas só um pouquinho! Vamos refletir: Vai me dizer que ele achou que cinco meninas maquiadas, arrumadas de carro com placa de Glorinha estariam sob suspeita? Pior que sim. Pra nossa ajuda minha amiga, a dona do carro, esqueceu de deixar um fardo de cervejas no Sítio pro pai dela, isso até que não foi nada, o brigadiano só não gostou muito de vê-lo no porta malas.
Depois de muito rodar de blitz em blitz já havia passado muito tempo e a única coisa que queríamos era parar e descer do carro. Até fome já tinha dado. Resolvemos parar então no lugar mais próximo de onde estávamos. Estacionamos e entramos então no Nega Frida, pub que é conhecido por uma lenda, cuja: “Antigamente eram feitos diversos rituais africanos, se não me engano, e desde então todas as mulheres que lá entravam perdiam um brinco.” É, foi aí mesmo que entramos. Logo percebemos que o lugar era legal, músicas boas, aconchegante e bem decorado conforme o tema da lenda, o único detalhe é que só estávamos nós e os garçons lá dentro. Não que alguma de nós quisesse tumulto ou coisa parecida, mas também não precisava de tanta exclusividade! Passada mais uma hora ninguém aguentava mais, eu era a única que não estava tão contrariada, apreciava o local até que a banda começou a tocar, aí não deu mais pra mim também. Nós todas nos olhamos e parecíamos dizer a mesma coisa: VAMOS PRO MC DONALD's!
Chegamos de volta ao apartamento de uma amiga da minha amiga para dormir. Eu e a Tininda dormimos juntas no quarto de hospedes com um edredom só, mas ligamos o ar quente e dormimos. Certa hora da madrugada acordei suando muito e quase sem respirar, o ar quente sufoca! Logo depois voltei a dormir. Acordamos de novo eram sete horas da manhã porque as gurias tinham aula na faculdade. Eu e minha amiga fomos para um lado e elas para o outro. Meio dormindo meio acordadas ainda, paramos para deixar o carro na revisão, enquanto isso o pai dela estaria indo nos buscar. Viram que eu disse ESTARIA? É porque ele não estava, esqueceu de nós e tivemos que voltar de ônibus. Prontas para mais um dia de trabalho, com umas carinhas que já dizia tudo. QUE INDIADA!
Obs: Ninguém perdeu o brinco, mas o da Fê quebrou.