sexta-feira, 25 de setembro de 2009

>>>

Interessante
Em Londres um pub está fazendo sucesso porque instalou para seus clientes uma cabine telefônica com uma sonorização peculiar: enquanto a pessoa fala ao telefone, pode acessar o som de um congestionamento, com muito buzinaço.

Ou pode acessar o som de um ambiente de escritório. Toda essa parafernália é para que quem esteja do outro lado da linha não identifique o som do bar. Assim, o bebum pode dar uma desculpa esfarrapada e chegar em casa sem levar uma descompostura. Afinal, estava trabalhando até tarde, o coitado, e ainda por cima ficou preso num engarrafamento depois.

Essa cabine telefônica com efeitos especiais só vem demonstrar que os bares andam muito moderninhos, mas os casamentos continuam parados no tempo, mesmo na vanguardista Inglaterra. "Só vou se você for" segue na moda. Enquanto isso a hipocrisia deita e rola.

Muitas pessoas ainda têm uma idéia convencional do casamento: encaminham-se para o altar como quem encaminha-se para o supermercado em busca de um produto pronto, industrializado, com um rótulo dando as instruções de como utilizá-lo.

E parece que a primeira instrução é: nenhum dos dois têm o direito de se divertir sozinho ou com os amigos, a menos que o cônjuge esteja junto. Não é de estranhar que os prazos de validade do amor andem cada vez mais curtos. Não há paixão que resista ao grude. Não há paciência que resista à patrulha.Não há grande amor que prescinda de outras amizades. Sair sozinho para beber com os amigos deveria ser um dos 10 mandamentos para uma união estável, valendo para ambos os sexos.

Quem não gosta de bar, pode substituir por futebol, cinema, shows, sinuca, saraus ou o que o Caderno de Cultura sugerir. E não perca tempo lamentando por aquele que vai ficar em casa. Provavelmente ele vai se divertir tanto quanto. Ouvir música, ver televisão, ler livros, abrir um vinho, tomar um banho de duas horas, navegar na internet, dormir cedinho, tudo isso também é um programação. Quem não sabe ficar sozinho não pode casar, sob pena de transformar o matrimônio num presídio para dois.

Tem muita coisa de Londres que eu gostaria de ter aqui: parques mais bem cuidados, mais livrarias, mais respeito à individualidade, melhor transporte público, prédios mais charmosos. Só dispensaria o clima e esse pub pra lá de vitoriano, onde pessoas adultas são incentivadas a inventar um álibi para justificar um atraso.
Atraso é ter que mentir para que o outro não perceba que você está feliz.

Martha Medeiros
*Mais um texto vindo da minha caixa de entrada!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Homens = & / x # Mulheres

Conhecida como TPM, a Tensão Pré Menstrual não afeta somente as mulheres, acredite se quiser: Afeta também o sexo frágil. Sim, eles, os másculos supremos que arrotam em público, que abrem cerveja com os dentes, que coçam o saco dentro do trem e que não lavam as mãos ao saírem do banheiro. Como isso? Por causa da mulher. Estudos não comprovam nada, mas eu garanto que nossa faze tão odiada e nosso ciclo afetam sim no humor, o sentimental e as atividades de um homem. Vou explicar:
Primeiramente, um casal, querendo ou não, um depende do outro, pois não vão a festas, a bares a lugar algum sem que o outro esteja devidamente informado, porém isso só acontece quando o inter não esta em campo (segundo uma amiga minha, a Carla) porque quando a coisa ta vermelha e a mulher ta cheia de cólicas, irritada ou sensível demais nada disso ocorre. Não há dialogo para saber se vão ao aniversário da fulana ou se vão ao parque aquático, ninguém vai e ponto final. Simples!
Sem falar que quando esses dias chegam o homem sempre sabe e daí ele vira um doce, faz tudo que a mulher pede, dá presente e cuida até nas palavras. Digo que eles ficam na TPM junto justamente por conviverem e acabarem com os mesmos sintomas, chatos mal humorados, irritados, porém ao invés de sensíveis grossos! É um ciclo, não adianta fugir! Por mais que eles não sofram na pele eles passam por isso junto conosco e ainda... Em dose dupla!
É amigas, sorte de nós que temos uns cavalheiros em casa que nos entendem e nos completam. Caso contrário (quem não tem) xinga o cachorro e vai dormir com um ursinho de pelúcia.

sábado, 12 de setembro de 2009

Final Infeliz

Que a Glória Perez me desculpe, mas os noveleiros de plantão vão concordar comigo que ela foi infeliz na escolha dos “finais” de cada um para o último capítulo da novela Caminho das Indias que foi ao ar ontem a noite. Segundo o site da Veja, o final da trama rendeu para a emissora cerca de 55 pontos no ibope. Que maravilha! Não dúvido, pois eu mesma era uma das centenas de pessoas vidradas em frente a TV. Não sou uma noveleira. Nem costuma ver novelas, mas confesso que no final da história sempre vejo. Muitas vezes, como ontem mesmo, fico perguntando o que aconteceu com fulano ou cicrano, e quem é quem pra entender a história. Não vi todos os dias o desenrolar de tudo, mas uma coisa eu entendi, que todos os vilões se deram bem.
Uma das poucas criações que não terminaram em todas as atrizes grávidas ou casamentos. Mas o que o povo quer? Acredito que as pessoas queiram ver justiça, pois elas buscam em programas de TV alguma semelhança com a vida real, e já que lá por detrás das telas um humano tem o poder de escolher o final de cada um o mínimo seria ser justo. Não seria legal muito menos criativo que tudo saísse conforme nós, meros espectadores, imaginamos. Mas aí é que entra a surpresa, aquela expressão de: Ôhhhh...
O mais interessante de tudo é quando acontece o inesperado, o inusitado que deixa todo mundo boquiaberto, entretanto, a autora não pensou da mesma forma que eu e optou por finalizar a história da maneira mais simples possível, deixando várias pessoas que acompanharam a novela inteira (ou só o final que fosse) insatisfeitos.
Fora tudo isso, foi muito boa a encenação de todos os atores, inclusive os cenários escolhidos. Parabenizo a todos pelo trabalho, mas eu sou uma que não vejo mais novela alguma.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Em um futuro próximo:



*Este foi mais um dos e-mails bem humorados que recebo e posto aqui para compartilhar.

Ficção

Espírito Jovem
Cabeça vai, cabeça vem. Movimentação na cidade. Buzinas, engarrafamento. Choro de criança, coisas caindo, gente conversando e no último banco da estação de trem uma senhora quieta e cabisbaixa. Parecia triste, vendo-a de longe, deslocada e quieta, muito quieta! Chega o trem, e a velha senhora embarca. Ao sentar pudemos ver o semblante daquela mulher que agora parecia misteriosa, no entanto nada tinha de tudo que eu disse.
Ela era bonita, visivelmente castigada pelo tempo, mas bonita. Estava sim muito quieta, porém era porque estava ouvindo rádio no seu MP3 e como se pode ver mais de perto, estava bem concentrada no que ouvia, mas mudava suas expressões muito rapidamente. Parecia alegre, entretanto às vezes fazia movimentos bruscos demais para uma senhora de seus setenta e poucos anos. Uma mulher muito interessante pude ver que não era só eu quem a seguia com os olhos, mesmo silenciosa em meio a toda aquela “muvuca” de cidade grande aquela senhora chamava atenção, justamente por sua descrição e silêncio.
Compenetrada a velha senhora não largava seu MP3, devia estar ouvindo hinos da igreja, quem sabe músicas de seus filhos ou ainda, um ídolo desde a infância. Ela parecia ser a única pessoa que não se sentia incomodada com o aperto do trem, que cada vez aumentava mais, e não demonstrava menor vontade de descer. Enfim, ela mexe nos botões, parece trocar de música ou de rádio, e só então levanta a cabeça e vê a quantidade de pessoas ao seu redor, olha a paisagem da rua, mexe na bolsa e relaxa. Passados uns quinze minutos ela volta aos botões e recomeça tudo de novo.
Concentrada e com um aparente temperamento bipolar ela volta a se deter somente ao que escuta nos fones de ouvidos, como se todas aquelas pessoas barulhentas ao seu redor fossem abduzidas em um só instante e restará apenas ela no trem. Passados mais alguns minutos a senhora fica tensa, parecendo inquieta. O trem já não estava mais tão cheio, fazendo com que os passageiros sentados ficassem frente a frente. Foi então que em um só grito, juntamente, com um pulo de alegria aquela senhora de seus setenta anos gritou: Gooooooooooooooooolllll! Sim, ela escutava o jogo de futebol do seu time. Inevitavelmente, todos os passageiros riram. Intrigante, pois ela era a única quem escutava o jogo! Perguntei para um rapaz ao meu lado: Quem esta jogando hoje? Pois ele também não sabia. A senhora então desligou seu MP3 e educadamente se desculpou pelo leve escândalo que fez. Um menino ao fundo indaga: Pra que time tu torce vó? E ela respondeu: Sou de Santana do Livramento meu filho, e torço pro imortal Quatorze de Julho que fez um gol aos 43 minutos do segundo tempo.
Um pouco depois o trem para e a, agora jovem senhora, desceu do trem sobre os aplausos dos passageiros do vagão. Simplesmente, uma jovem senhora, gaúcha da fronteira, quatorzeana que se despede feliz como uma criança daquele público stressado e “jovem”, mas que para ela aparentava uns noventa anos.
*Baseada no meu sogro que torce para este time que quase não existe mais.