segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Vista da carona

Eu, através do INEMA, experimentei uma nova experiência no final de semana do Super Carros, 05 e 06 de outubro, no Velopark. Na carona da trilha de quadriciclos, feita por um grupo flagrei alguns momentos do passeio para mostrar aqui como foi a experiência para os novatos na modalidade.



Com grande procura do público, o espaço reservado para Trilha de Quadriciclo, no Velopark, em Nova Santa Rita/RS, era uma das atrações gratuitas mais procuradas do evento Super Carros 2013. Na tarde ensolarada de domingo, 06 de outubro, me aventurei junto com um dos grupos para registrar de perto a atividade. O que parecia familiar para alguns, para outros foi pura novidade e adrenalina. Emocionante foi sentir na pele essa aventura comendo poeira!

Logo na saída o pessoal se familiarizou com as quatro rodas. Mas o que parece fácil na realidade é difícil por ser desconhecido pela maioria. Acelerar, frear, equilibrar, como assim? O trajeto até a trilha já oferecia condições do tipo off road. A vista também era especial, passava por cima da primeira curva da pista principal do autódromo, mas só alguns conferiram, já que a grande maioria estava atenta aos buracos e ao barro pela frente, além do domínio do quadriciclo.

O passeio seguiu com o grupo para em meio às árvores, onde uma decida íngreme levou as alturas o pico de adrenalina da galera. A decida se tornava maior ainda de cima das quatro rodas, mas homens e mulheres não se intimidaram. Aos poucos um a um desceu o circuito que continuava após uma curva. Mais adiante uma subida não tão íngreme, mas bem esburacada, ergueu as emoções novamente seguida de um espaço para dar uma acelerada a mais quem quisesse.

Fechando o circuito, o grupo retornou brincando para o ponto de partida, pois ali já eram experientes. Na chegada um novo grupo aguardava ansioso para sentir a mesma coisa, enquanto nosso grupo sorria de emoção e alegria com a super trilha feita. A foto de despedida teve a participação dos guias do grupo, funcionários da Comoto, concessionária da Honda, que possibilitou toda a brincadeira.
Veja o vídeo que fiz:

sexta-feira, 17 de maio de 2013

A vida em comum


Daí você levanta da cama no meio da semana, no mesmo horário de sempre, para fazer as mesmas coisas que você faz todos os dias, muitas vezes nas mesmas ordens, e faz tudo como se os dias fossem o clone um do outro, e quando você menos espera uma surpresa, uma notícia ruim, uma mudança radical acontece. Antes fosse a renúncia do Papa Bento XVI, antes fosse o atraso do trem, antes fosse a eliminação do Grêmio da Libertadores. Mas não, algo que realmente muda seus dias, sua existência. Falo de catástrofes, de mudanças bruscas no curso de nossas vidas.

A gente acha que tem o controle da vida, mas a gente não tem. A gente planeja, trabalha, junta dinheiro e aí não sabemos se amanhã vamos levantar da cama. Essa semana meu namorido me mostrou uma reportagem na Super Interessante, indicada inclusive na rádio Ipanema pelo locutor Vitor Hugo, o Alemão, que fala a respeito do aproveitamento do tempo de vida que temos. Nela mostra uma análise de uma mulher sob pessoas que estavam no fim de suas vidas e tinham em comum as mesmas reclamações, todas queriam ter vivido mais, trabalhado menos, procurado mais os amigos, queriam ter feito mais o que gostam ao invés de se preocupar e trabalhar. Confesso que ainda não terminei de ler toda a reportagem, mas já indico. É um tanto depressiva, mas se aceita como um puxão de orelha em nós mesmos. 

Resolvi escrever sobre isso porque nas últimas duas semanas recebi várias notícias que caíram como pedras sobre mim, mas que aos poucos eu vou juntando cada uma para fazer um castelo. Utopia? Não, esperança de dias melhores, vibrações positivas, fé e perseverança não são utopia. Acho que não devemos viver cada dia pensando no outro, mas quando se tem um pepino que, literalmente, te embrulha o estômago e te deixa de cama, você tem sim que pensar que tudo vai melhorar. O importante com tudo isso é a gente perceber que a vida é frágil, que somos pele osso e coração, que cada dia pode ser o último e aquele papo de “Faça o melhor que você puder hoje” é real. Como li em uma crônica da Martha Medeiros uma vez, você nunca sabe se vai terminar de ler o livro que começou ontem, se vai voltar para dar aquele telefonema, se vai ser tudo igual amanhã. A gente nunca sabe de nada. A única certeza que tenho é que Hoje é o nome do meu coelho de pelúcia, que às vezes eu nem sei onde está.  

quarta-feira, 6 de março de 2013

Entre Vícios e Virtudes

Cantar a música da vida, uma trilha sonora de uma fase inteira, minha vida teve as frases marcantes de Chorão cantadas em rock e faladas em poesia. Andei de skate e curti esse cara que deixa, sem dúvida, uma grande perda para a música nacional. Fiquei triste, muito triste com a notícia. É mais um ícone que perdemos, assim como Raul Seixas, como Cássia Eller e tantos outros. Cada um escolhe seus caminhos e nós ficamos com o que de bom eles deixam.


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Aonde eu vim parar?


Certas vezes a gente esquece a que veio, não é mesmo? Quem nunca abriu a geladeira e esqueceu o que queria? Quem nunca teve que fazer uma pausa na conversa para lembrar o que estava falando no instante anterior? E quem amigos, quem nunca parou para pensar na sua própria vida e o rumo que ela tomou? É um tanto chateador, ou talvez revigorante olhar para trás e pensar nos planos que você fez e ver onde você está e o que conquistou.

Quando eu era criança a primeira coisa que quis ser na vida foi ser dona de uma locadora. Por quê? Porque tinha uma na rua da minha avó que era da mãe de umas colegas do colégio e era fantástica. Um mundo lá dentro que eu não sabia de onde vinha. Meu avô tinha um vídeo k7 na época, mas eu não tinha permissão de retirar fitas, somente os adultos. Era simplesmente mágica aquela locadora, eu imaginava que as gurias passavam o resto do dia depois da escola vendo os mais variados filmes de graça. Como isso me encantava tanto eu queria ser dona de uma um dia. Com o tempo esse desejo foi passando e nem sei quando ele foi substituído.

Já na adolescência o auge eram as brincadeiras escritas de estope e para descobrir o futuro e os testes de revistas. Saiba se ele te nota na escola? Descubra se você é uma boa amiga?  Seu signo tem a ver com o dele? Nesta fase as brincadeiras previam nossa vida conforme nossos desejos. Tinha uma que marcávamos a idade com que queríamos casar, se seriamos ricas, pobres ou milionárias e se teríamos um, dois ou cinco filhos. A meninada conhecia bem esses papinhos, era típico da idade, entrar madrugada adentro com as amigas na noite do pijama.

Foi na adolescência que decidi que queria ser jornalista. Todas as tardes ouvia meu programa favorito, o Na Paz, com Márcio Paz na Atlântida, hoje locutor na POP Rock. A afinidade dele com a rádio e sua ligação com um público que ele nem via, o ato de levar só alegria para as pessoas, porque música é alegria, a energia de se apresentar algo para milhares de pessoas em diferentes situações, tudo isso eu achava o máximo. Sem falar que o rádio em si me prendia. Depois do colégio e de assistir alguns desenhos, minha companhia era o rádio, onde sem eu procurar me vinha também informação.

Logo descobri que ser locutora de rádio não era um futuro tão promissor e com um pensamento utópico em uma fase da vida que se conhece por ser rebelde, eu queria poder mudar o mundo. A ideia era de toda boa, fazer o que eu podia para tornar as coisas diferentes, a política, as pessoas, a sociedade. Era um grande desafio e como eu já tinha arrumado meu quarto achava que era possível mudar o mundo. Então percebi a ligação de um jornalista com o rádio e o poder de transmitir informação que ele tinha. Quer coisa melhor? Ter contato com um número grandíssimo de pessoas e assim ajudá-las a fazer um mundo melhor.

Passei no vestibular de jornalismo em 2006 e no ano seguinte comecei a faculdade. Nas duas primeiras cadeiras que fiz uma professora, a Malu, Mestre e Doutora em comunicação, leu apenas um capítulo do livro Minhas histórias dos outros, de Zuenir Ventura, que dizia o que está inclusive no rodapé deste blog: “Não viemos à terra para julgar, nem para prender ou condenar, viemos para olhar e depois contar. Não somos juízes, não somos promotores, somos jornalistas, somos testemunhas de nosso tempo, uma testemunha crítica, não necessariamente de oposição, mas implacavelmente crítica.” Ao fim da leitura da professora eu tive certeza que tinha feito a escolha certa.

Lembro que meu primeiro dia de aula da faculdade foi na terceira semana do semestre, pois nas anteriores estava terminando minhas aulas de auto escola e faltei, mas três colegas aparentemente “patricinhas”, me convidaram para sentar com elas, achei acolhedor e fui, nós quatro fazíamos jornalismo e formamos um grupo de amigas unidas há cinco anos. Hoje em dia, porém somos só duas jornalistas, uma migrou para o direito e a outra para publicidade.

Os anos de faculdade, que ainda não acabaram, trouxeram novos conhecimentos, desmistificaram ideias, apresentaram possibilidades, pessoas, novidades e muito, mas muito aprendizado, além é claro de muitos contatos. Além das aulas teóricas, das práticas em estúdios e dos trabalhos em grupo algo bem importante que era feito eram os encontros na lancheria da universidade, no bar da frente, no xis, no DCE, ah, como era bom, mas nada disso ocorre mais, pelo menos não comigo. Não há mais intervalos porque os alunos preferem tocar direto para sair mais cedo e ir para casa dormir, não tem mais o DCE, não tem mais batatas fritas no Fratello porque a fila é grande no caixa e não dá para esperar porque tem conteúdo importante na aula.

A vida tomou um rumo onde não se tem mais tempo para fazer intervalos, não se pode mais colocar o despertador dez minutos no soneca porque dez minutos depois a BR116 já está trancada. Eu me pergunto como, como a vida ficou assim? Em que momento eu parei de ouvir o Márcio Paz de tarde? Por que faço tantas outras coisas se o que eu queria era estar no lugar ou ao lado do Alemão Vitor Hugo de manhã na Ipanema? Por que ninguém me perguntou se eu queria estar onde estou? Sei que foram escolhas, mas escolhas que foram acontecendo e tomando um rumo diferente do que eu tinha planejado. E minha casa na serra? E meu carro aos 18 anos? As coisas mudam e a gente nem percebe. Você mesmo passa a gostar de coisas que antes não gostava, passa a fazer coisas que nunca imaginava fazer e isso não é ruim, mas é simplesmente outra vida que quando você compara o que planejou e o que está acontecendo parece nem ser a mesma pessoa a mesma vida.

É muito difícil seguir a risca qualquer planejamento, pois você nunca sabe as surpresas que a vida pode te trazer. Nada nunca é certo, tudo tem possibilidade de ser modificado até efetivamente acontecer. E na vida? E a gente? Como conduzir nossos passos rumo aos nossos objetivos sem se desviar? Eu tento, mas confesso que às vezes não consigo. Gostaria de ter comprado meu carro aos 18 anos, de já ter me formado e tantas outras coisas, contudo entendo que isso tudo não aconteceu não porque não me esforcei ou corri atrás, simplesmente porque ainda não era o momento de acontecer. Apesar de lamentar, de certa forma, esses desvios “involuntários” da vida, ao mesmo tempo sei que eles contribuíram diretamente para o que sou e o que tenho hoje. Graças aos desvios da vida aos 17 anos encontrei a outra metade da minha laranja, o que nunca imaginava acontecer tão cedo, mas Deus já havia predestinado para mim.  

A vida passa muito rápido. Lembro-me, em flashs, de quando meu pai me erguia com uma mão só para que eu alcançasse o teto, eu devia ter uns 4 anos. No próximo mês eu completo 24 e não estou onde eu pensava que estaria. Meu pai hoje coloca minha sobrinha de quase 3 anos na palma da mão para alcançar o teto, e eu? Eu meus queridos, eu subo no beliche e encosto no teto sozinha, eu dirijo vários carros, mas nenhum é meu, eu assisto filmes a hora que eu quiser na TV a cabo. Ainda tenho vontade de mudar o mundo, mas hoje sei que existe um sistema difícil de se mudar, e o que posso fazer é desligar a torneira e fazer um trabalho de formiguinha. Ano que vem me formo Jornalista e minha próxima faculdade será Cinema, destino? Talvez.