sexta-feira, 17 de maio de 2013

A vida em comum


Daí você levanta da cama no meio da semana, no mesmo horário de sempre, para fazer as mesmas coisas que você faz todos os dias, muitas vezes nas mesmas ordens, e faz tudo como se os dias fossem o clone um do outro, e quando você menos espera uma surpresa, uma notícia ruim, uma mudança radical acontece. Antes fosse a renúncia do Papa Bento XVI, antes fosse o atraso do trem, antes fosse a eliminação do Grêmio da Libertadores. Mas não, algo que realmente muda seus dias, sua existência. Falo de catástrofes, de mudanças bruscas no curso de nossas vidas.

A gente acha que tem o controle da vida, mas a gente não tem. A gente planeja, trabalha, junta dinheiro e aí não sabemos se amanhã vamos levantar da cama. Essa semana meu namorido me mostrou uma reportagem na Super Interessante, indicada inclusive na rádio Ipanema pelo locutor Vitor Hugo, o Alemão, que fala a respeito do aproveitamento do tempo de vida que temos. Nela mostra uma análise de uma mulher sob pessoas que estavam no fim de suas vidas e tinham em comum as mesmas reclamações, todas queriam ter vivido mais, trabalhado menos, procurado mais os amigos, queriam ter feito mais o que gostam ao invés de se preocupar e trabalhar. Confesso que ainda não terminei de ler toda a reportagem, mas já indico. É um tanto depressiva, mas se aceita como um puxão de orelha em nós mesmos. 

Resolvi escrever sobre isso porque nas últimas duas semanas recebi várias notícias que caíram como pedras sobre mim, mas que aos poucos eu vou juntando cada uma para fazer um castelo. Utopia? Não, esperança de dias melhores, vibrações positivas, fé e perseverança não são utopia. Acho que não devemos viver cada dia pensando no outro, mas quando se tem um pepino que, literalmente, te embrulha o estômago e te deixa de cama, você tem sim que pensar que tudo vai melhorar. O importante com tudo isso é a gente perceber que a vida é frágil, que somos pele osso e coração, que cada dia pode ser o último e aquele papo de “Faça o melhor que você puder hoje” é real. Como li em uma crônica da Martha Medeiros uma vez, você nunca sabe se vai terminar de ler o livro que começou ontem, se vai voltar para dar aquele telefonema, se vai ser tudo igual amanhã. A gente nunca sabe de nada. A única certeza que tenho é que Hoje é o nome do meu coelho de pelúcia, que às vezes eu nem sei onde está.  

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